quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Palco vazio


Foto: Clarice Pereira

Há exatamente três semanas, a essa hora estávamos a caminho de Cabo Frio-RJ. Eu, o sujeito aí da foto e mais vinte e poucos malucos que gostam de parar na frente da plateia e cantar. Durante a viagem, eu e este distinto colega acabamos dividindo o mesmo quarto da pousada e também o palco, como fizemos no fim dos anos 90 no Coral Unisinos e durante todo este ano de 2011 no Madrigal Presto. Foi um pouco preocupante ver a sua barriga e os pés inchados, a debilidade da doença, mas, ao mesmo tempo, foi empolgante ver a coragem, superação e disposição que demonstrou para estar ali apesar de tudo se posicionar contra isso. No fim do primeiro concerto em Cabo Frio, na noite de quinta-feira, chorou copiosamente. Sentia, talvez, que já não teria mais muitas oportunidades como aquela de fazer o que gostava, ao lado dos amigos que escolheu para passar uma parte importante do seu tempo.

A quem não o conheceu, não saberei descrevê-lo. Acho um erro encher uma pessoa de adjetivos pensando que assim vai poder dizer quem ela foi, ou é. Ele era simplesmente o Oscar. Até às 5 da manhã de hoje. Depois disso passou a ser uma voz que não cessará o seu canto em nosso pensamento. Uma imagem eterna, ao lado da ave de madeira, olhando para o além, quem sabe visualizando o que ainda não podemos ver.

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